ABRINDO AS ASAS!

Na semana passada, foi-se mais um Amigo. Trata-se de PAULO MARCOS FUHR, esposo de minha prima Márcia Sarturi. Seu corpo, atendendo ao pedido do próprio PAULO, foi cremado e,neste sábado, suas cinzas serão jogadas no Rio Caí, onde passou a infância. PAULO foi Policial Federal e nos últimos anos trabalhou em Florianópolis.
Posto aqui, em homenagem à família, um pequeno tributo à alma desse grande ser humano.


Segue em paz, PAULINHO!

ABRINDO AS ASAS!

                        Nenito Sarturi

Sou livre agora, abro mi’as asas,

Volvendo às casas, tal como as garças

- Num vôo pleno, buscando alturas,

Clamo ternuras... E peço graças:

Deixem minh’alma seguir serena,

Tal como as penas, neste arrebol,

Se a noite desce seu manto implume

Vestindo lumes vou rumo ao sol.

Lembrem de tudo que construí

Das coisas boas que, em vida, fiz.

Joguem mi’as cinzas no Rio Caí

Onde cresci... E fui tão feliz!

Não fui perfeito: fiz o que pude!

Mi’a juventude entrego a Deus:

Se me for dado algo em meu fim

Peço por mim e pelos meus:

Dai-nos a fé, que nos é cara,

E, embora rara, não se desfaz...

Dai-nos o amor, a compaixão,

Dai-nos perdão... E dai-me a paz.

*(Em memória de PAULO MARCOS FUHR)

RUMO A SÃO PAULO

Nesta sexta-feira pela manhã rumamos para SÃO PAULO. Junto ao Grupo Manancial, estarei me apresentando no CTG UNIÃO E TRADIÇÃO, na cidade de EMBU, Região Metropolitana da capital paulista. 
Sábado (12.05), estaremos tocando num Jantar-Show-Baile em Homenagem às Mães.
Comigo, seguem os músicos Leonardo Sarturi, Diego Piani, Dionathan Farias, Robson Vargas e o Baterista Soró (Ex-Mateadores). Um elenco de "peso" artística e literalmente falando.
Estamos mais uma vez abrindo novos horizontes para a nossa música gaúcha e mostrando nosso trabalho além fronteiras do Rio Grande do Sul. 

Que Deus nos guie e acompanhe!


Obs: Foto de Aline Leal

10º ENCONTRO DAS ÁGUAS

Neste final de semana que passou estive em Foz do Iguaçu, no Paraná, participando do 10º ENCONTRO DAS ÁGUAS. Trata-se de um evento de natureza Internacional, congregando artistas das Três Pátrias lindeiras (Brasil, Argentina e Paraguai)
É um "Festival-Laboratório", nos moldes do Festival da Barranca (São Borja) e de tantos outros. O evento ocorreu no RECANTO GAÚCHO, um verdadeiro Parque Temático Gaúcho encravado no Paraná.
O Festival "ENCONTRO DAS ÁGUAS" começou no dia 19.04 (quinta-feira), com uma Mostra Artística aberta ao público realizada no CTG Charrua.
No dia 20.04 (sexta) e 21.04 (sábado), foram apresentadas as Canções Inéditas de Tema Livre e do Tema Oficial (o qual é divulgado na noite de sexta), respectivamente, intercaladas com Poemas que participam de outra modalidade específica.
Acompanhado dos Músicos LEONARDO SARTURI, DIONATHAN FARIAS e DIEGO PIANI, tivemos a felicidade de vencer o Evento nas duas Categorias, com as Canções "ENTRE HOMENS" e "PALAVRAS SONORAS", respectivamente, com a parceria melódica do meu filho LEONARDO.
Nesta última, tivemos ainda a participação do grande músico missioneiro CARAY GUEDES, de São Luiz Gonzaga.

Afora o aspecto competitivo (embora não haja premiações pecuniárias), o ENCONTRO DAS ÁGUAS é um grande congraçamento que permite a troca de experiências e confraternização entre Músicos, Compositores, Poetas e Cantores das Três Pátrias: BRASIL, ARGENTINA e PARAGUAI.

Há dez anos atrás, juntamente com BETO CAETANO e LEONARDO SARTURI, já havíamos participado e vencido este grande evento. Coincidentemente, no mesmo local (Recanto Gaúcho), de propriedade do amigo DILSON GAÚCHO.

Nosso abraço e agradecimento, especialmente aos amigos do Grupo Encontro das Águas, que promove e realiza o evento.

ALIENIGENIDADE

Posto aqui, para reflexão de todos, o excelente texto do Amigo ANDERSON MIRESKI.
Dá-lhe, Mireski!
Brilhante como sempre.
Concordo em gênero, número e grau.

Peço desculpas pelo desabafo.
É que eu estava precisando.
 
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

Interessante essa reflexão de Rui Barbosa, que li não lembro onde, há alguns anos. Porém, jamais imaginei que ela cairia como uma luva ante a silenciosa e sufocante aflição na qual me encontro: há algum tempo já, a linguagem “virtual” vem desconstruindo a língua, “emburrecendo“ as pessoas cada vez mais cedo; as crianças, antes mesmo da escola, já absorvem uma linguagem que o professor vai ter que desconstruir (ou, deveria).
Mais esse papel cabe às nossas escolas: “desensinar” primeiro, pra depois começar a ensinar.
Pois bem... não bastasse isso, basta ligar o radio, a televisão, às vezes nem precisa – é só sair pra rua que, logo aparecem meia dúzia de auto-falantes carregando um carro no colo pra colocar goela abaixo (ou tímpanos abaixo) tudo isso que, curiosamente, chamam de sertanejo universitário.
Não sei se me inquieta ou me petrifica ver um país inteiro cantando e idolatrando músicas como “Le Le Le” (deve ser esse o nome da música, pois é basicamente o que diz a letra); chega a me doer ver uma geração que carrega consigo pra onde for um turbilhão de músicas com linguagem baixa, vulgar, com frases e melodias cada vez mais iguais, e letras que trazem em uma “estrofe” termos que, provavelmente, o “poeta” que as fez desconhece, pois contradiz toda a “mensagem” que carregava a “estrofe” anterior.
É duro ver no “Domingão” o público aplaudir em pé, perplexo, admirado, quando o “poeta” confessa que levou menos de cinco minutos para fazer tais “obras”.
É duro ver que são essas “idéias” que balizam e são referência pra geração “universitária”.
É complicado ver que também a música atual está contribuindo, e muito, para esse “emburrecimento” em massa. A impressão que tenho, é que as pessoas hoje acreditam que é o sertanejo “universitário” o “X” da questão: que é através dele que se manifesta tudo o que se sente (tudo sim, inclusive o amor – meu Deus!!! O Gustavo Lima inventou o amor!!!).
Mas, me pergunto: se sente o que??? Será que só eu, em minha rabugice, não consigo sentir absolutamente nada perante todo esse monte de... nada???
Em completa “alienigenidade”!!! É assim que me sinto, às vezes. Fico meio constrangido perante meus dedos quando vou escrever qualquer coisa no idioma e da forma que aprendi.
Fico sem jeito quando pego o violão e toco qualquer música que, acredito eu, carrega algum conteúdo.
E, amigos, honestamente, de tudo, isso é o que dói mais. 

Anderson Mireski

MAIS UMA VEZ O AMAZONAS

Na companhia da minha amada Lisandra, estive mais uma vez no Amazonas, desta vez apenas a passeio.
Manaus continua linda e exuberante, crescendo a passos largos.
Já é uma metrópole de dois milhões de habitantes.
Revi amigos como o Dr. Gilvan Motta, nosso anfitrião (Advogado militante em Manaus há mais de trinta anos), Honorio Dalberto (Proprietário de uma rede de seis Restaurantes), Devanei Grigoletto (Proprietário da Bonna Vitta, maior atacadista de carnes do Amazonas).
Fomos ao Encontro das Águas do Rio Negro com o Solimões, visitamos o Teatro Amazonas (construído em 1896), conhecemos a Nova Ponte do Rio Negro (segunda maior ponte em águas fluviais do Planeta), passeamos de barco pelo Rio Negro acima e conhecemos lugares maravilhosos, tais como o Amazon Fisch, onde se pode ver de perto peixes como o Pirarucu, Tucunaré, Tambaqui e outras espécies.
Realmente, valeu a pena. Nosso agradecimento aos Amigos do Amazonas, que mais uma vez nos receberam de braços abertos.
Se deus quiser, voltaremos ainda este ano, para cumprir agenda artística nesse estado maravilhoso.

SHOW na CHURRASCARIA GAÚCHA

CONVITE:

NESTE SÁBADO (03.MARÇO), acompanhado do Grupo Manancial, marcando o reinício das atividades, estarei cantando na Churrascaria Gaúcha, aqui em Santiago.

Convido a todos (as) para nos darem a honra da presença e passarem horas agradáveis, ao som da boa música, cujo Repertório abrange desde as minhas Canções Próprias até Clássicos da Música Nativista.

Contatos pelo Fone 55.3251.1509.

 

SHOW na FESTA DA UVA

Nesta Sexta-Feira, 17.02, a partir das 20h, estarei fazendo Show na Festa Nacional da Uva, em Caxias do Sul.
Já estive fazendo Shows na Festa da Uva em anos anteriores, mas neste ano será especial, pois estaremos (Eu e o Grupo Manancial) nos apresentando em horário nobre (Sexta-feira à noite), com expectativa de um excelente público.
Em abraço especial ao Amigo e Parceiro Guerino Pisoni Neto e ao pessoal da Produtora ACIT, responsáveis pela nossa contratação.
Alô Amigos e Amigas da Serra Gaúcha. Espero poder contar com a presença de todos.

RESTAURANTE BELA VISTA - SÃO LUIZ

Hoje à noite, estarei cantando no Restaurante Bela Vista, na acolhedora e querida cidade de São Luiz Gonzaga.
Espero contar com a presença de todos os Amigos de São Luiz e da Região Missioneira.

A POLÍCIA INDEFESA

Após larga ausência, novamente estou aqui.
Avisei que por vezes ficaria um tempão sem postar.
Já expliquei os motivos, desde o início: trabalho excessivo, viajens, compromissos de todo naipe, inquietações, etc, etc, etc. Mas vamos lá. Achei interessante e super real o Artigo abaixo, publicado recentemente na Folha de São paulo.
Vale a pena ler.

A POLÍCIA INDEFESA

Qual o "produto" da polícia?
Liberdade dentro da lei, segurança, enfim, a civilização.
A POLÍCIA é uma das classes que sofrem maior injustiça por parte da sociedade. Lançamos sobre ela a suspeita de ser um parente próximo dos bandidos. Isso é tão errado quanto julgar negros inferiores pela cor ou gays doentes pela sua orientação sexual.
Não, não estou negando todo tipo de mazela que afeta a polícia nem fazendo apologia da repressão como pensará o caro inteligentinho de plantão. Aliás, proponho que hoje ele vá brincar no parque, leve preferivelmente um livro do fanático Foucault para a caixa de areia.

Partilho do mal-estar típico quando na presença de policiais devido ao monopólio legítimo da violência que eles possuem. Um sentimento de opressão marca nossa relação com a polícia. Mas aqui devemos ir além do senso comum.

Acompanhamos a agonia da Bahia e sua greve da Polícia Militar, que corre o risco de se alastrar por outros Estados. Sem dúvida, o governador da Bahia tem razão ao dizer que a liderança do movimento se excedeu. A polícia não pode agir dessa forma (fazer reféns, fechar o centro administrativo).
A lei diz que a PM é serviço público militar e, por isso, não pode fazer greve. O que está corretíssimo. Mas não vejo ninguém da "inteligência" ou dos setores organizados da sociedade civil se perguntar por que se reclama tanto dos maus salários dos professores (o que também é verdade) e não se reclama da mesma forma veemente dos maus salários da polícia. É como se tacitamente considerássemos a polícia menos "cidadã" do que nós outros.

Quando tem algum problema como esse da greve na Bahia, fala-se "mas o problema é que a polícia ganha mal", mas não vejo nenhum movimento de "repúdio" ao descaso com o qual se trata a classe policial entre nós. Sempre tem alguém para defender drogados, bandidos e invasores da terra alheia, mas não aparece ninguém (nem os artistas da Bahia tampouco) para defender a polícia dos maus-tratos que recebe da sociedade.

A polícia é uma função tão nobre quanto médico e professor. Policial tem mulher, marido, filho, adoece como você e eu.
Não há sociedade civilizada sem a polícia. Ela guarda o sono, mantém a liberdade, assegura a Justiça dentro da lei, sustenta a democracia. Ignorante é todo aquele que pensa que a polícia seja inimiga da democracia.
Na realidade, ela pode ser mais amiga da democracia do que muita gente que diz amar a democracia, mas adora uma quebradeira e uma violência demagógica.
Sei bem que os inteligentinhos que não foram brincar no parque (são uns desobedientes) vão dizer que estou fazendo uma imagem idealizada da polícia.
Não estou. Estou apenas dando uma explicação da função social da polícia na manutenção da democracia e da civilização.
Pena que as ciências humanas não se ocupem da polícia como objeto do "bem". Pelo contrário, reafirmam a ignorância e o preconceito que temos contra os policiais relacionando-a apenas com "aparelhos repressivos" e não com "aparelhos constitutivos" do convívio civilizado socialmente sustentável.
Há sim corrupção, mas a corrupção, além de ser um dado da natureza humana, é também fruto dos maus salários e do descaso social com relação à polícia, além da proximidade física e psicológica com o crime.
Se a polícia se corrompe (privatiza sua função de manutenção da ordem via "caixinhas") e professores, não, não é porque professores são incorruptíveis, mas simplesmente porque o "produto" que a polícia entrega para a sociedade é mais concretamente e imediatamente urgente do que a educação.
Com isso não estou dizendo que a educação, minha área primeira de atuação, não seja urgente, mas a falta dela demora mais a ser sentida do que a da polícia, daí "paga-se caixinha para o policial", do contrário roubam sua padaria, sua loja, sua casa, sua escola, seu filho, sua mulher, sua vida.

Qual o "produto" da polícia? De novo: liberdade dentro da lei, segurança, a possibilidade de você andar na rua, trabalhar, ir ao cinema, jantar fora, dormir, não ser morto, viver em democracia, enfim, a civilização.

Defendem-se drogados, bandidos, criminosos. É hora de cuidarmos da nossa polícia.

Luiz Felipe Ponde
Folha de São Paulo
13.02