terça-feira, 28 de junho de 2011

COXILHA NATIVISTA

Nos próximos dias estarei envolvido com a Triagem (Pré-Seleção) das Músicas da 31ª COXILHA NATIVISTA, em CRUZ ALTA, eis que fui convidado a integrar o Corpo de Jurados daquele grande Festival.
A COXILHA é um dos poucos Festivais Nativistas que chega a 31 anos de existência sem solução de continuidade. Além disso, sempre foi realizado na data tradicional, ou seja, no final do mês de Julho.
No ano passado, marcando seus 30 anos, o Festival, que é promovido pela Prefeitura Municipal de Cruz Alta, através da Secretaria Municipal de Cultura, realizou uma Edição Histórica, com uma Mostra que levou a palco as Músicas mais significativas ao londo das três décadas de existência.
Este ano a COXILHA volta à vertente original, como um Festival competitivo.
A Comissão Julgadora, além de mim, é integrada pelos companheiros GUJO TEIXEIRA, ROBLEDO MARTINS, JUCA MORAES e THIAGO QUADROS.
Esperamos realizar um bom trabalho e extrair as melhores canções para brindar o público cruzaltense e da região, bem como àquelas pessoas que poderão acompanhar o festival através das emissoras de rádio ou pela internet.
Tão logo tenhamos o resultado da triagem, publicarei aqui no Blog.

O QUE NÃO USAR, por ARNALDO JABOR

Quando digo que o Arnaldo Jabor é genial mesmo, digo de forma sincera.
O homem tem cada "sacada" digna de aplausos.
Abaixo, posto mail recebido, onde o Jornalista (com "J" Maiúsculo) elenca vários ítens que tanto Mulheres quanto Homens não deveriam usar ou ostentar.
Vale a pena ler. E morrer de rir.

O que não usar -  por Arnaldo Jabor

Algumas coisas que as mulheres devem saber que são tristes de usar. Com isso, e pela importância que dou ao sexo feminino, decidi fazer uma pequena listinha de coisas que simplesmente algumas mulheres deveriam repensar antes de usar (caso uma mera opinião masculina importe).

É triste mulher:

1) Usar esmalte com uma florzinha (ou estrelinha) em uma das unhas combinado com a outra mão (no pé já é caso de internação).
2) Salto de acrílico (a não ser que vá fazer um filme pornô ou agradar o namorado fetichista). Sapato branco também é de lascar.(a menos que você seja enfermeira...) Bota Frankstein, aquela do plataformão preto. Nem Mortícia Adams teve coragem de usar... E, sandália com plataforma de madeira entalhada. Essa dispensa qualquer comentário
3 ) Lente de contato colorida. Essa é uma das tenebrosas campeãs.
Além de dar uma enorme vontade de lacrimejar de aflição (para quem está de frente com o ser), parece que estamos diante de uma personagem do próximo filme do X-Men.

4) Meia-calça cor da pele, tipo Kendall para o inverno (a não ser que tenha mais de setenta anos ou use debaixo da calça em caso de frio extremo). Em hipótese nenhuma deve ser usada com saia e sandália aberta.
5) Calça justa demais, que aperte as partes íntimas (fica parecendo uma pata de camelo). Calça de cintura baixa com aquelas gordurinhas sobrando para os lados e..... cofrinho aparecendo... . Não obrigue os outros a ter que ver isso!
6) Descolorir os (muitos) pelos da barriga, o famoso 'caminho da felicidade'. Melhor depilar, caso contrário é melhor procurar um namorado que tenha colocado blondor no bigodinho. Farão um lindo par.
7) Unha do pé grande, maior do que onde termina o dedo, além de ficar muito feio pode ser um perigo fazendo 'carinho' com o pé, no marido ou namorado. Se estiver solteira, vá à praia de meia.
8) Calça jeans com muitas aplicações (rosas coloridas, tachas, strass, etc.). Tudo em exagero polui o visual e esse tipo de calça tem muita informação. Usada junto com o item 2 é uma das piores composições. Se pretende sacanear algum namorado (ou ex), chame o para jantar ou dançar, e vá assim.
9) Perfume Paris, do Yves Saint Laurent. Se não estiver na terceira
idade não tem desculpa. As pessoas ao redor não merecem isso e nem todo mundo carrega Neosaldina na bolsa. Usar no verão então, é sadismo.

10) Calça legging com tamanco de madeira. Se você não estiver numa refilmagem de 'Grease nos tempos da brilhantina', use outra maneira de chamar a atenção. Há outras (e muito melhores) maneiras de um cara te achar gostosa.

O que os homens nunca deveriam usar - ou ter usado:

Na coluna passada, brinquei com o meu ponto de vista, sobre o que as mulheres não deveriam usar - pois era sofrível. Foram dezenas de e-mails concordando, mas pedindo para o colunista fazer a mesmíssima coluna, porém sobre os equívocos masculinos. Já tinha isso em mente e aí vai a minha lista para meus queridos leitores. Acho abominável que um homem envergonhe (no sentido estético) a classe masculina
usando:

1) O trio mais famoso do que o do McDonalds: pochete, bermuda jeans e sandália papete. Se vier acompanhado do celular (na capinha) na cintura então. É caso para fingir que não conhece.
2) Blazer com gola rolê por dentro. É o figurino preferido de 10 em cada 10 novos cabeleireiros recém bem-sucedidos na cidade. Esse tipo acha esse conjunto o uniforme da 'elegância'. Geralmente abrem salão na cidade com os nomes de Roberto's Coiffeur, Cabral's, Antonio's e por aí vai..
3) Sapato social de 'franjinha' (aquele detalhe de penduricalho em cima). Se for curto a ponto de aparecer a meia branca por baixo, a coisa beira a piedade. Esse tipo fica ótimo num dublador de Michael Jackson cantando 'Billie Jean' no Largo da Carioca.
4) Calça de cintura alta, a chamada 'Saintropeito'. Cuidado com os testículos! Eles não têm culpa se você se veste mal. Gerentes de churrascaria rodízio costumam adotar esse visual acompanhado de uma vistosa camisa vermelha de seda javanesa. Correntão de ouro e pulseira de ouro é melhor esquecer. Deixe para o bicheiros..
5) Perfume KOUROS (Yves Saint Laurent) ou NATURA. Num acampamento pode ser usado como repelente (pena dos seus companheiros de viagem). Um cara que usa esse perfume se torna inesquecível. O trauma nas pessoas ao redor é irreversível.
6) Essa vai doer em muito ' Maurício' mas é a minha opinião: Casaquinho de lã jogado nas costas e amarrado na frente. Esse visual geralmente vem acompanhado de um cabelo arrumado pela mamãe a ' La Roberto Justus '. Tem solução, mas tem que ser mudado ainda na infância ou no máximo adolescência. Depois fica difícil.
7) Unha suja (e sem cortar). Se você não for o mecânico Pascoal da novela 'Belíssima', pode ter certeza que brochará sua namorada ou pretendente. Caso seja bonito como o Gianechinni, ela será somente um pouco mais tolerante, entretanto, irá pedir para limpá-las assim que acabar a noite de fetiche com um desleixado. Não esqueça também de aparar aqueles pelinhos horríveis que por ventura saiam do nariz ou da orelha - em nome da higiene, please!!!!  
8) Base incolor na unha. Triste amigo. Só limpar e cortar já é suficiente. Cuidado se tem esse hábito, pois daqui a pouco estará pedindo 'francesinha' no salão.
9) Fazer sobrancelha. Se for tirar um fio maior, ok. Agora, se for limpar e afinar nas extremidades, é melhor tomar cuidado. Daí para usar rímel e delineador é um pulo. Não estranhe se vier uma vontade incontrolável de chamar um amigo de infância para assistir 'Brokeback Mountain' comendo pipoca light.
10) Cueca furadinha tipo antiga Adams de cor (vermelha, amarela, marrom etc.). Amigo, por favor, treine tirar a calça puxando a cueca junto. Nenhuma mulher no mundo agüenta esse choque visual. Se ela vir a sua cueca é provável que você fique na mão (literalmente) Esqueça também a sunga branca na praia. Nem precisa explicar...

Arnaldo Jabor

ESTÃO PISANDO EM NOSSO PALA!

Recebi este mail de um amigo e, pela importância do assunto, reproduzo-o aqui.

Caros Irmãos Gaúchos!

Há muito venho pensando no que se faz da nossa cultura... Temos tradição, temos história, temos costumes próprios e os valorizamos. Entretanto, parece que a todo momento tentam nos aculturar...  Qual o espaço que o nosso modo de ser ocupa na mídia hoje em dia?

Será que é certo aturarmos a Regina Casé (e seus sambabacas) no domingo de meio-dia, enquanto o nosso Galpão Crioulo foi literalmente “chutado” para um horário que ninguém praticamente assiste, já que domingo é dia de descanso e a maioria aproveita pra dormir um pouco mais?
Não precisa ser um gênio pra perceber que recentemente no programa da Regina Casé levaram um grupinho sofrível de dança gaúcha pra dançar pro Brasil inteiro o quê?  O pezinho,  uma dança folclórica com significado pra nós, mas que pro resto do Brasil não tem sentido algum a não ser “queimar o filme dos gaúchos”. Se querem mostrar nossa dança porquê não convidam os vencedores do último ENARTE? Ou será que o objetivo era ridicularizar o gaúcho, “será”?
Não sou contra o samba, mas sou contra nos fazerem de palhaços. Pra completar a referida apresentadora entabulou um assunto com nossos representantes  que em nada acrescenta às famílias brasileiras, principalmente no horário de almoço de domingo, quando nossas crianças estão assistindo TV – Tem sex-shop no sul? Você já foi em Sex shop? Tinha calcinha de chocolate? – e o que nos resta é aturar algumas  das prendas e peões respondendo, timidamente a esse rol de asneiras.
Cadê nossos festivais? Quando aparecem são no RBS local, não em nível estadual. Como é que nossos jovens conhecerão nossa música, nossa cultura, se nossa principal emissora de TV não dá espaço pros nossos novos músicos e vencedores de festivais atuais?
Excetuando-se as honrosas exceções de Luiz Marenco e César Oliveira e Rogério Melo, que de tão bons conseguem vencer remando contra a maré, vivemos do passado...  de Tropa de Osso,  Esquilador, Veterano e etc., os novos nomes da música gaúcha ninguém conhece. E porquê? Por que pra isso não tem espaço... Será que tudo isso não se trata de uma estratégia para “aculturar nosso povo”... “será”? Quando as gerações mais antigas se forem e nossas músicas ficarem esquecidas eles terão conseguido finalmente sepultar nossa cultura.
Porquê será que pra promover o  Planeta Atlântida com  seus freqüentadores maconheiros, bêbados e viciados de todo tipo tem espaço? Seria essa uma tentativa de emburrecer e viciar nossos jovens....”será”? Pra isso a RBS tem espaço. Pra gaúchos "heróicos" que  que participaram do Big Brother (o supra- sumo do lixo cultural), tem espaço. Ah... ASSIM NÃO DÁ!!!
Cadê o Luiz Carlos Borges? Cadê o João de Almeida Neto? Cadê o Renato Borghetti , o Elton Saldanha, o Marcelo Caminha, o Nenito Sarturi, o Miguel Marques? ...Ninguém sabe. Mas a Alcione, a Claúdia Leite, a Ivete Sangalo, o “Belo”, o Bruno e Marrone,  o “sertanejo universitário” (que tá mais pra supletivo) ... esses  tão todo o dia enchendo o nosso saco. Bah, não vou nem citar aquele "rapaizote", o Luan Santana, senão vou ter um ataque cardíaco!!!!
Tchê, esse é o lixo cultural que nós temos recebido como ração, mas por sermos o estado mais politizado e educado da união, devemos nos recusar a engolir. 
Mesmo o pessoal dos CTGs, nosso último reduto cultural, hoje em dia só ouve atualmente música gaúcha de baile e que... convenhamos,  é péssima, algumas até parecem um forró sertanejo, nesse tal tchê music (com honrosas exceções, como os Serranos e outros). É melhor investir nas músicas de festivais urgentemente nos CTGs...  ...a exemplo disso, um grande festival é o Carijo da Canção Gaúcha, de Palmeira das Missões, no interior do RS, que acontece há 26 anos e mal sequer na mídia local aparece. O descaso é impressionante...
Me enoja aquelas materiazinhas da RBS na Semana  Farroupilha (daí eles lembram e fazem um circo!!!), mandam aqueles apresentadores bunda mole para fazerem reportagens no Acampamento Farroupilha  como se aquilo fosse algo do exterior... parece um programa do National  Geographic  com os aborígenes de tão estranho. Não conhecem nada, não entendem porcaria nenhuma e não ficam nem envergonhados de se dizerem gaúchos.
Me perdoem queridos conterrâneos esse desabafo.
Que essa mensagem ecoe nos confins do Rio Grande, e desperte o povo gaúcho da letargia antes que seja tarde. Nossos antepassados delimitaram nossas fronterias à ponta de lança e à pata de cavalo... hoje pisam no nosso pala e... tudo bem?  Me recuso a acreditar nisso. Me recuso a permitir isso.

Atenciosamente,
Um Gaúcho cuja paciência acabou faz tempo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

MULHER NÃO TRAI, SE VINGA!

Alguns dos navegadores de plantão na internet certamente já receberam um e-mail cujo texto encaminhado é do grande Arnaldo Jabor, sob o Título "Mulher não trai, se vinga!".
Pois eu recebi e, admirador que sou da inteligência e perspicácia de Jabor, recolhi o tema e a "inspiração" para escrever esta "pérola".
Embora colocado de forma bem humorada, esse texto de Arnaldo Jabor traz uma verdade inquestionável: a de que as mulheres são muito mais sutis e ardilosas que nós, homens. Senão vejamos o Poema que escrevi: 

MULHER NÃO TRAI, SE VINGA!
                                               Nenito Sarturi

Hoje as mulheres não traem
Nos moldes de antigamente:
Esperam a primeira brecha,
Com calma, pacientemente,
E, sem piedade, se vingam
- Metem um chifre na gente!

É uma “ação” estudada,                   
Bem planejada e distinta,
Com os mínimos detalhes,
Serena, sem dar “na pinta”,
E, quando nos damos conta,
Se foi a “gata” co’a cinta!

Nem queira saber, amigo,
Do que a mulher é capaz:
Pois pra meter uma “guampa”
Ela aguarda e se refaz...
E, de um anjo de meiguice,
Se vira num Satanás!

A vingança de uma fêmea
Não é vingança qualquer:
É um prato servido frio,
Tal como o dito requer...
Livrai-me, meu Padroeiro,
Da ira de uma mulher!

Assim como ela se entrega,
No amor à primeira vista,
Com a mesma intensidade
Que conduz uma conquista,
A mulher também aprende
A ser fria e calculista!

Então, se for “aprontar”,
Faça bem longe e bem feito,
Não deixe nem uma “vaza”
E siga um plano perfeito,
Senão ela espera a volta
E te chifra do mesmo jeito!

* Inspirado em Texto de Arnaldo Jabor.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

ATITUDE

Bueno, Indiada, voltei!
"Después de larga ausência", como diriam los hermanos, consegui um tempinho pra postar alguma coisa.
E escolhi a forma mais fácil (ou seria cômoda?), tendo em conta a falta de tempo que vem me assolando: postar um Poema.
Dito isso, posto um trabalho que escrevi recentemente, logo após a "CAÇA" e "EXECUÇÃO" de  Bin Laden, chamado ATITUDE. Para refletirmos e mudarmos alguns "conceitos".

A T I T U D E
                                               Nenito Sarturi
Já cansei de ouvir discursos
Oriundos d'outro hemisfério,
Blasfêmias e impropérios
Carregados de bravatas...
Onde falsos democratas,
Se arvorando em “Messias”,
Despejam demagogias
Por sobre mentes incautas.

Pregam a paz e a justiça
Usando a Bíblia Sagrada,
Na mão direita uma espada,
Na mão esquerda uma cruz...
Mas, em nome de Jesus,
Não deixam nada de pé,
Matando pra impor a “fé”
Aos povos de "pouca luz”!

São lobos que, disfarçados,
Em suas peles de cordeiro,
Infligem ao mundo inteiro
Seu comando, seu grilhão.
E, nação após nação,
Submissas aos verdugos,
Sucumbem a esse jugo
De miséria e opressão.

Plantam o ódio e a guerra
Nos quatro pontos cardeais
Pra vender seus arsenais,
Ditando um falso atavismo.
Impõem seu colonialismo,
Desde as eras mais remotas,
Sob o tacão de suas botas,
Num maldito imperialismo.

Ninguém duvide que “eles”,
Que mandam neste Planeta,
Apontem suas baionetas
Para a América Latina...
Pois, apesar das ruínas,
E embora toda a pobreza,
Temos a maior riqueza
- A fibra Continentina.

Além disso temos água,
Abundante e cristalina,
Petróleo que não termina
E recursos minerais...
É bom não dormirmos mais
Sem um olho bem aberto,
Que o perigo ronda perto
Com esses corvos e chacais.

Ainda há tempo, senhores,
De sair da letargia
E de campear a alforria
Pra se chegar à verdade:
Já chega de impunidade,
De "sombra" e dominação
- Precisamos de União
E Paz para a Humanidade!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

AO PÉ DA VELHA FIGUEIRA

Este Poema foi publicado no meu Primeiro Livro (Nacos de Apego), lançado em 1992 pela Imprensa Universitária da UFSM.
Trata-se te um trabalho simples, escrito em Homenagem ao Amigo Antonio Carlos Bortoluzzi "Periquito".
Fala de uma Figueira Centenária existente em sua fazenda, na localidade de Arroio do Só, em Santa Maria, à sombra da qual confraternizávamos, junto ao nosso Grupo Musical da época de estudantes, o Grupo REDUÇÕES.
Bons tempos aqueles, onde nos bastava tão pouco para sermos felizes. Reparto com vocês um pouco desse tempo, em forma de versos:

AO PÉ DA VELHA FIGUEIRA
                                      Nenito Sarturi

Escorada no palanque,
Lá no fundo da mangueira,
Vislumbro a velha figueira,
Com seu porte colossal:
Marco vivo e ancestral
De indescritível beleza
- Baluarte da natureza
Nesta Querência imortal.

Ao saborear os seus frutos
Volto aos tempos de guri
E me revejo, pescando,
Às margens do Ibicuí,
Retoçando em meus achegos,
Mui pachola e sorridente,
Ou sesteando nos pelegos
Em sua sombra imponente.

Esta figueira nativa,
Viva, no fundo da grota,
É cerne da raça altiva
Que, neste pago, rebrota!

Foi testemunha inconteste
Do tranco lento da História
E enraizou-se à memória
Dos mascates e tropeiros.
Deu guarida aos carreteiros
Que, neste solo, acamparam
E, com suor, demarcaram
O meu Rio Grande campeiro.

Veio o tempo, a passos largos,
Pisoteando a minha infância,
Trazendo sestros e encargos,
Mas me deixou sua fragrância.
E, às vezes, esqueço a idade,
No meu apego à Fronteira,
E vou matar a saudade
Ao pé da velha figueira.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

POSTAGEM DO AMIGO RODRIGO VONTOBEL

Com muita alegria transcrevo Postagem do Dr. Rodrigo Vontobel, onde faz referências elogiosas a meu respeito. Não mereço tanto, caro amigo. Mesmo assim, agradeço de coração. Ei-la:

Nenito Sarturi.

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Não é de hoje que tenho uma profunda admiração por Nenito Sarturi que, sem qualquer sombra de dúvidas, é um ser humano muito especial, seja por suas melodias, letras, músicas, por ser jornalista, bacharel em direito, delegado ou história de vida.

Várias foram às vezes que, escutando seus versos, (OLHA GURI...), me emocionava quando morava em POA. Quem está longe, não tem como não sentir no peito a canção Um pito.

Descobri seu blog! E lá tive o prazer de ler seu Verso/Texto: NOSSOS POETAS, QUEM SÃO?
( http://nenitosarturirs.blogspot.com/2011/05/nossos-poetas-quem-sao.html )

Essa leitura é ouro. Obrigatória para os navegantes de plantão. Vale conferir.

Transcrevo na íntegra seu conteúdo, pois valoriza nossa cultura e identidade positiva, pois Santiago foi forjada por pessoas valorosas que ajudaram a escrever a história do Rio Grande do Sul e, até mesmo, do país.

Parabéns Nenito! Queria eu ter a capacidade de escrever esse verso que, de pobre, não tem nada!

La vai:

NOSSOS POETAS, QUEM SÃO?
Nenito Sarturi

Tem gente que desmerece a sua terra, seu chão,
E, não raro, deprecia as coisas do seu rincão.
É pra esses que não sabem d’onde vêm e pr’onde vão
Que relato, sem delongas, nossos poetas, quem são!

Pra não bater a ciumeira em quem tem a pretensão
De se achar literato aviso, em primeira mão:
Vou citar só os que “partiram” para outra dimensão
E lhes dar uma amostra de nossos poetas, quem são!

ALGUNS DAQUI SÃO NATIVOS
E OUTROS, POR ADOÇÃO,
ABRAÇARAM ESTA TERRA
COM SUA PENA E SEU CONDÃO.
DERAM ASAS A SUA ARTE
USANDO A IMAGINAÇÃO
MOSTRANDO, COM SEU TALENTO,
NOSSOS POETAS, QUEM SÃO.

Entre outros poetas e escritores de Santiago do Boqueirão, citamos:

Manoel do Carmo, Sílvio Duncan, Ramiro Barcellos, Filinto Charão, Antero Simões, Túlio Piva, Carlos Humberto Frota, Antonio Carlos Machado, Aureliano Pinto, Zéca Bláu, Nilton Mesquita, Manoel Loureiro, Caio Fernando Abreu, Jaime Pinto, Ghiray Pozo, Adelmo Genro e Tito Beccon.

Esse jeito meio chulo, que uso, é de prevenção
(Versejar em rima pobre melhora a compreensão)
Não se trata de favor - é simples obrigação:
Alardear pra o mundo inteiro nossos poetas, quem são!

Seja no verso ou na prosa desde tempos que se vão
Nosso pago é manancial da poesia e da canção.
Os incréus que me perdoem e aprendam esta lição
Pra que um dia todos saibam nossos poetas, quem são!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

SAGAS e ODISSÉIAS

Para quem pensa que é fácil conciliar as atividades Policiais e Artísticas, vou contar um pouco das nossas andanças.
Ontem saímos da Terra dos Poetas (eu e o Trio Manancial, composto por Sérgio Rosa, Leonardo Sarturi e Xuxu Nunes) às 18h30min, em direção à Capital Missioneira (Santo Ângelo).
Conosco também viaja nosso "Fiel Escudeiro", Alan de Sá, responsável pelo Apoio Logístico e Comercialização de CDs.
Chegamos em Santo Ângelo por volta das 20h30min.
Iniciamos o Show no Arena Grill às 22h, encerrando o espetáculo èm torno da 00h30min.
Jantamos e retornamos a Santiago, aqui chegando por volta das 02h30min.
Dormi das 03h da madrugada até às 08h (exatamente 5 horas), aportando na Delegacia às 08h30min para o expediente.
Esclareça-se: os que são "só músicos" (Sérgio, Leonardo e Xuxu) dormem o sono dos justos necessário, enquanto o Delegado/Cantor aqui dirige-se às atividades policiais. Haja fôlego!
Hoje à tardinha, a partir das 18h30min, a "odisséia" se repete, pois logo mais à noite temos Show na Cantina Sapore D'Itália, um dos melhores Restaurantes de Ijuí.
Amanhã ao meio-dia nos apresentamos na Confraria do Lambari, ainda na cidade de Ijuí.
Após, retornamos a Santiago, sendo que o acordeonista Sérgio Rosa seguirá viagem até Alegrete, onde tocará um Baile à noite (esse me ganha nas "andanças"). Dá-lhe Serginho!
Sérgio retornará a Santiago domingo pela manhã, para nos acompanhar no Show/Domingueira que estaremos animando, no Galpão Crioulo do 9º BLOG, a convite do Cel. Mariath.
Tal evento foi "batizado" pelo Cel. Mariath de "Costelão de Adão", uma vez que é comemorativo ao Dia dos Namorados.
Aliás, a informação que temos é de que a Promoção já tem sucesso garantido, pois foram comercializados os 350 convites colocados à venda.
Viram como é "fácil" conciliar as atividades? É só ter boa vontade, organização e amor pelo que se faz!
É importante salientar que essas atividades todas são desenvolvidas fora do horário de expediente e "desviando" dos malfadados Plantões (Sobreaviso) nos quais nós, Delegados, permanecemos à disposição da comunidade, num sistema de rodízio, sem termos direito à folga correspondente nem a horas extras.
Mas isso já é outro assunto. Não estou aqui para me queixar e sim para relatar um pouco da "saga" de quem nasceu com um dom alcançado por Deus e procura lapidá-lo e desenvolvê-lo, na medida do possível.
Viva a Cultura do Rio Grande! Viva a Música Gaúcha!
Como disse um cidadão ontem à noite em Santo Ângelo: que Deus nos dê força e saúde para continuarmos firmes e fortes nesta caminhada!
E, para "ilustrar" a narrativa acima, posto aqui um Poema da minha lavra, musicado por Miguel Marques, que fala sobre a fibra e a garra Missioneira que trazemos no sangue.

ABRAM CANCHA AOS MISSIONEIROS
                                                         Nenito Sarturi

Abram cancha aos missioneiros
De adaga, lança e garrucha!
A estampa desses campeiros
Retrata a estirpe gaúcha.

A fibra que nos sustenta
E a fé que no peito habita
Vem do Índio Guarani
E do Padre Jesuíta...
Vem dos campos e das várzeas,
Das matas e plantações,
Vem das coxilhas e serras
E vem da Cruz das Missões.

Das searas do Caaró,
E dos serões dos ervais,
Do Lunar do Índio Sepé,
Do fundo dos arsenais,
Vem a força Missioneira
Que vai timbrar nossa luta,
Que há de empunhar a bandeira
Numa eterna “Reculuta”.

Vem das morenas Cunhãs,
Dos bravos de Caiboaté,
Esta sede de amanhãs
E o dom de morrer de pé.
Vem dos Tupis que tombaram
Nos rios, montes e vales,
Mas tombando perpetuaram
Na fé de Roque Gonzáles.

As cangas, canzis e fueiros
Das carretas bem centradas
E os tacapes esquecidos
À beira destas estradas,
Mesclam-se ao sangue guerreiro
Nos causos e nos galpões,
Dobrando chasques campeiros
Nos sinos das Reduções.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

SHOW no ARENA - SANTO ÂNGELO

Hoje à noite estarei me apresentando no ARENA GRILL, na Capital Missioneira (SANTO ÂNGELO).
Já estive por várias vezes cantando nesse excelente Restaurante.
Mas desta feita tem um sabor especial, pois fui convidado pelo Amigo Felipe Menezes, Diretor do Grupo RONDA GAÚCHA Comunicações, o qual atualmente coordena a Agenda de Espetáculos do referido Restaurante e Casa de Shows.
Convido a todos(as) os(as) Santoangelenses e das demais cidades vizinhas para passarem horas agradáveis, tomando um bom vinho e saboreando os pratos especiais do ARENA, ao som da nossa autêntica música gaúcha.
Entre as tantas músicas que estarei cantando, destaca-se a Canção "Ao Pé da Cruz Missioneira", uma parceria minha com Chico Roloff, musicada por Desidério Souza, que foi apresentada no palco do 4º CANTO MISSIONEIRO por LEONARDO SARTURI e ARMANDO MAICÁ.
Acompanham-me logo mais os grandes músicos SÉRGIO ROSA, LEONARDO SARTURI e XUXU NUNES (TRIO MANANCIAL).
Posto abaixo a Letra da composição citada.

AO PÉ DA CRUZ MISSIONEIRA
            (Nenito Sarturi, Chico Roloff e Desidério Souza)

A grande Cruz de Lorena
Abriu seus braços aqui...
E neste chão guarani
Um índio se levantou:
Seu brado forte ecoou
Cantando num verso novo
Toda a história do seu povo
Ou do que dela restou!

Ficaram as cicatrizes
Marcadas pela desgraça,
Remanescentes da raça
Permanecem explorados...
O índio, ainda espoliado,
Não tem pátria nem querência,
Segue pedindo clemência,
Mendigando algum trocado!

Restaram sonhos fecundos
Levados ao pé da Cruz...
Quem tinha Tupã por luz
Mantém o mesmo ideal:
Seguindo o velho ritual
Na aurora que principia
Tem o Lunar como guia
Na Pampa Meridional.

Antes o chão era livre,
Terras não tinham fronteiras,
Não existiam porteiras
Porque não tinha patrão.
O índio, de pé no chão,
Era rei, era senhor,
A liberdade e o amor
Guardados no coração!...

Sobraram marcas de ontem
No chão vermelho de agora,
O guarani ainda chora
Lembrando seus ancestrais.
Enquanto o leigo contempla
O ocaso de sua raça
Vende balaios na praça,
Nos pátios das catedrais.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

AO PÉ DO BRASEIRO

AO PÉ DO BRASEIRO é o nome de um Programa de Rádio que criei em 1994, quando voltei a Santiago para assumir a Titularidade da 21ª Delegacia de Polícia Regional.
A então Rádio Iguaçu FM, hoje Nova 99, era dirigida por Gibelino Minuzzi, o qual franqueou-me o horário das 18 às 19 horas, de segunda a sexta-feira, para apresentação do Programa Regionalista, com enfoque na cultura e na música do Rio Grande do Sul.
Anos mais tarde, em razão de outros afazeres, não pude mais conciliar meu tempo para apresentá-lo, passando tal incumbência ao primo e amigo VALTER FIORENZA, o qual, após algum tempo ausente dos microfones, comanda este espaço até hoje.
Mas o que alguns não sabem é que o nome do Programa foi inspirado em um Poema/Canção da minha autoria, falando de amor e ternura, o qual transcrevo aqui.
Tal Poema também servirá de título a um Livro que estarei lançando, tão logo consiga recursos financeiros para tanto, uma vez que minhas Produções (Livros e Discos), têm custeio próprio. Eis o Poema.


AO PÉ DO BRASEIRO
                Nenito Sarturi

Por vezes solito, à beira do rancho,
Me vem, de carancho, uma saudade antiga:
Mal chega, se abanca e, no meio dos mates,
Sussurra-me partes de velha cantiga...

À luz do borralho me quedo, silente,
Espero que aquente mais uma cambona,
Rumino recuerdos, domando a ilusão
Da potra-paixão que restou, redomona.

Por buena que seja a saudade castiga...
Maleva, fustiga – estampando o desgosto –
Às vezes, de manso, se finge de amiga
E faz mais compridas as noites de agosto.

Ao pé do braseiro sou rei, no meu mundo:
Esqueço de tudo o que não me compraz.
Mas, logo que o sol vem frestear no meu rancho,
Tristonho desmancho o meu ninho de paz...

E, então, me enfurnando nos bretes da vida,
Campeio – na lida – as razões que perdi:
Lembranças judiam bem mais que o sol rubro
E, saudoso, descubro que não te esqueci...

terça-feira, 7 de junho de 2011

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

Caros Amigos!
Este texto de Mário de Andrade foi produzido no século passado.
É de uma riqueza ímpar e sintetiza muito do que penso em relação à vida e à maneira de vivê-la.
Recebi de um amigo muito especial e, dada à profundidade e beleza, resolvi compartilhá-lo com vocês.
Deleitem-se com esta mensagem linda e incrivelmente atual,
apesar de escrita há tantos anos.

O Valioso Tempo dos Maduros
Autoria: Mário de Andrade
(1893-1945)
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,  caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!

FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA

A maioria das pessoas sabe que sou "apaixonado" pelo nosso Festival da Música Crioula de Santiago. Coordenei seis edições do Festival e, talvez por isso, torço muito pela sua permanência no Calendário de Eventos Culturais do Rio Grande do Sul.
Pois bem! Hoje estou muito contente, pois soube extraoficialmente que o nosso Festival vai voltar a ser realizado este ano. E de forma independente, não vinculado a qualquer outro evento, pois nosso Festival tem brilho próprio. Afinal de contas, já ganhamos premiações de Melhor Festival do RS.
Segundo consta, já temos datas definidas para sua realização: 08, 09 e 10 de dezembro.
E também extraoficialmente, fiquei sabendo que a Comissão Organizadora, capitaneada pelos valorosos Marco Antonio Nunes e Sílvio Ricardo de Paula, já definiu a nominata dos integrantes da Comissão Julgadora, entre os quais estarão LUIZ CARDOSO, TUNY BRUM e o santiaguense VALDIR DISCONZI. Nomes competentíssimos e reconhecidos no cenário poético-musical gaúcho.
Parabéns, Amigos. Mãos à obra e contem com este peão do Festival, pra o que der e vier.