Recebi este mail de um amigo e, pela importância do assunto, reproduzo-o aqui.
Caros Irmãos Gaúchos!
Há muito venho pensando no que se faz da nossa cultura... Temos tradição, temos história, temos costumes próprios e os valorizamos. Entretanto, parece que a todo momento tentam nos aculturar... Qual o espaço que o nosso modo de ser ocupa na mídia hoje em dia?
Será que é certo aturarmos a Regina Casé (e seus sambabacas) no domingo de meio-dia, enquanto o nosso Galpão Crioulo foi literalmente “chutado” para um horário que ninguém praticamente assiste, já que domingo é dia de descanso e a maioria aproveita pra dormir um pouco mais?
Não precisa ser um gênio pra perceber que recentemente no programa da Regina Casé levaram um grupinho sofrível de dança gaúcha pra dançar pro Brasil inteiro o quê? O pezinho, uma dança folclórica com significado pra nós, mas que pro resto do Brasil não tem sentido algum a não ser “queimar o filme dos gaúchos”. Se querem mostrar nossa dança porquê não convidam os vencedores do último ENARTE? Ou será que o objetivo era ridicularizar o gaúcho, “será”?
Não sou contra o samba, mas sou contra nos fazerem de palhaços. Pra completar a referida apresentadora entabulou um assunto com nossos representantes que em nada acrescenta às famílias brasileiras, principalmente no horário de almoço de domingo, quando nossas crianças estão assistindo TV – Tem sex-shop no sul? Você já foi em Sex shop? Tinha calcinha de chocolate? – e o que nos resta é aturar algumas das prendas e peões respondendo, timidamente a esse rol de asneiras.
Cadê nossos festivais? Quando aparecem são no RBS local, não em nível estadual. Como é que nossos jovens conhecerão nossa música, nossa cultura, se nossa principal emissora de TV não dá espaço pros nossos novos músicos e vencedores de festivais atuais?
Excetuando-se as honrosas exceções de Luiz Marenco e César Oliveira e Rogério Melo, que de tão bons conseguem vencer remando contra a maré, vivemos do passado... de Tropa de Osso, Esquilador, Veterano e etc., os novos nomes da música gaúcha ninguém conhece. E porquê? Por que pra isso não tem espaço... Será que tudo isso não se trata de uma estratégia para “aculturar nosso povo”... “será”? Quando as gerações mais antigas se forem e nossas músicas ficarem esquecidas eles terão conseguido finalmente sepultar nossa cultura.
Porquê será que pra promover o Planeta Atlântida com seus freqüentadores maconheiros, bêbados e viciados de todo tipo tem espaço? Seria essa uma tentativa de emburrecer e viciar nossos jovens....”será”? Pra isso a RBS tem espaço. Pra gaúchos "heróicos" que que participaram do Big Brother (o supra- sumo do lixo cultural), tem espaço. Ah... ASSIM NÃO DÁ!!!
Cadê o Luiz Carlos Borges? Cadê o João de Almeida Neto? Cadê o Renato Borghetti , o Elton Saldanha, o Marcelo Caminha, o Nenito Sarturi, o Miguel Marques? ...Ninguém sabe. Mas a Alcione, a Claúdia Leite, a Ivete Sangalo, o “Belo”, o Bruno e Marrone, o “sertanejo universitário” (que tá mais pra supletivo) ... esses tão todo o dia enchendo o nosso saco. Bah, não vou nem citar aquele "rapaizote", o Luan Santana, senão vou ter um ataque cardíaco!!!!
Tchê, esse é o lixo cultural que nós temos recebido como ração, mas por sermos o estado mais politizado e educado da união, devemos nos recusar a engolir.
Mesmo o pessoal dos CTGs, nosso último reduto cultural, hoje em dia só ouve atualmente música gaúcha de baile e que... convenhamos, é péssima, algumas até parecem um forró sertanejo, nesse tal tchê music (com honrosas exceções, como os Serranos e outros). É melhor investir nas músicas de festivais urgentemente nos CTGs... ...a exemplo disso, um grande festival é o Carijo da Canção Gaúcha, de Palmeira das Missões, no interior do RS, que acontece há 26 anos e mal sequer na mídia local aparece. O descaso é impressionante...
Me enoja aquelas materiazinhas da RBS na Semana Farroupilha (daí eles lembram e fazem um circo!!!), mandam aqueles apresentadores bunda mole para fazerem reportagens no Acampamento Farroupilha como se aquilo fosse algo do exterior... parece um programa do National Geographic com os aborígenes de tão estranho. Não conhecem nada, não entendem porcaria nenhuma e não ficam nem envergonhados de se dizerem gaúchos.
Me perdoem queridos conterrâneos esse desabafo.
Que essa mensagem ecoe nos confins do Rio Grande, e desperte o povo gaúcho da letargia antes que seja tarde. Nossos antepassados delimitaram nossas fronterias à ponta de lança e à pata de cavalo... hoje pisam no nosso pala e... tudo bem? Me recuso a acreditar nisso. Me recuso a permitir isso.
Atenciosamente,
Um Gaúcho cuja paciência acabou faz tempo.
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