sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O CAMPO E SUAS FLORES

Agradeço de coração a gentileza do grande amigo RUY GESSINGER em me dedicar a postagem anterior, a qual trancrevi na íntegra.
Aproveitando o "mote", escrevi o Poema abaixo, o qual é uma tentativa de retribuir tanto carinho e amizade.
Espero que os amigos (as) gostem, em especial o Amigo Ruy.

O CAMPO E SUAS FLORES
                   Nenito Sarturi
Dedicado ao Amigo Ruy Armando Gessinger

Quando o campo refloresce
Nos umbrais da primavera
O pátio, o potreiro, as casas,
Tudo, enfim, se regenera.

As tardes têm mais matizes
E vai-se embora o estio...
Quando o campo refloresce
A natureza entra em cio.

A flora toda se veste
De arco-íris, enfeitada,
E a fauna rejuvenesce
Pra vida ser festejada.

“ As flores que ornam os campos
 - Descortinando a beleza -
Não precisam de retoques:
São lindas por natureza! ”

Ipês esbanjam suas cores,
Esbaldam-se bem-me-queres
E os araçás e pitangas
Cumprem à risca os misteres.

Nós, outros, que temos mágoas
E remoemos tantas dores,
Ao ver as flores do campo
Esquecemos dos rancores.

Assim seguimos, andando,
Tocando a vida por diante,
Aprendendo com as flores
A entender os semelhantes!


De Santiago para Unistalda, em 30 de setembro de 2011.

POSTAGEM do AMIGO RUY GESSINGER

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O CAMPO NATIVO E SUAS FLORES

Dedico esta postagem a um poeta e amigo na verdadeira acepção da palavra; homem sensível, atento, flagrado das coisas, NENITO SARTURI.
As flores mandam dizer que não se arrumaram em finos bouquets para aparecerem nas fotos porque são lindas sem retoques.














terça-feira, 27 de setembro de 2011

A VERDADE SOBRE A CARREIRA DO DELEGADO DE POLÍCIA

Posto aqui interessante artigo do delegado de Polícia ALFREDO INEU sobre a dura realidade dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul.

DELEGADO DE POLÍCIA DO RIO GRANDE DO SUL:

- guardião dos direitos constitucionais, responsável pela elucidação dos crimes cometidos, primeiro a ter contato com a cena do crime, responsável pela decisão de lavrar ou não uma prisão em flagrante, presidente do Inquérito Policial;
- responsável administrativo da delegacia de polícia, exerce o comando das atividades policias e de seus agentes, 24 horas acolhendo as demandas da sociedade;
- coordenador das operações de combate à criminalidade desenvolvidas pela Polícia Civil;
- dirige as investigações criminais, arbitra fianças, determina acareações, reconhecimentos e reconstituições;
- preside autos de prisão em flagrante e recolhe presos aos estabelecimentos prisionais, põe em risco sua vida em defesa do cidadão, responsável por manter a sensação de segurança do povo gaúcho, sempre pronto para defender a vida e o patrimônio das pessoas.

Tem reconhecido em lei estadual a equiparação com os Procuradores do Estado(advogado do Estado), porém recebe menos da metade deste e quase um terço do que um promotor e um Juiz de direito recebem, sendo que exerce funções tão importantes quando aqueles.

Um Delegado de Polícia do Rio Grande do Sul recebe menos que um servidor de cargo de nivel subordinado de outras instituições.

Um profissional e servidor público com tantas responsabilidades e essencial à segurança dos cidadãos deve ter reconhecimento, pois não aguenta mais trabalhar por amor a camiseta.

Você acredita que o Delegado de Polícia no Rio Grande do Sul não ganha hora extra, mesmo estando 24 horas de sobre aviso e muitas vezes trabalhar domingos e feriados em constantes plantões??

Você acredita que o Delegado de Polícia no Rio Grande do Sul não ganha nenhum adicional por risco de vida? Você acredita nisso?

O trabalho escravo já foi abolido a muito tempo, mas ainda continuamos trabalhando de graça, quando não recebemos a mais pelas horas excedentes que trabalhamos!

Quem paga o salário dos servidores é você cidadão, e alertamos que os Delegados de Polícia não estão sendo remunerados de acordo com suas responsabilidades, e quem sai perdendo é o cidadão contribuinte.

Contamos com o apoio de toda a sociedade, pois vamos lutar juntamente com o povo gaúcho para a correção desta grande injustiça!!

CAMPANHA DE INFORMAÇÃO SOBRE O PRECARIO SALÁRIO PAGO AOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO RIO GRANDE DO SUL!

CARTA DOS DELEGADOS

Eis a íntegra da Carta dos Delegados de Polícia extraída da Reunião Plenária ocorrida sábado passado em Porto Alegre:

Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul – ASDEP-RS

CARTA À SOCIEDADE GAÚCHA

Os delegados de polícia do Estado do Rio Grande do Sul, reunidos na sede social da ASDEP-RS, vem a público para esclarecer o que se segue:
1. A Assembléia Nacional Constituinte de 1988 reconheceu a importância da carreira de delegado de polícia e determinou a implantação da isonomia desta com as demais carreiras jurídicas. No RS, esse reconhecimento concretizou-se pela Lei 9.696/92 que, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 761, foi julgada constitucional pelo STF, em relação aos delegados de polícia. A partir de 1995, a carreira passou a ser remunerada com o mesmo vencimento dos procuradores do Estado, defensores públicos, juízes de direito e promotores de justiça.
2. Entretanto, nos últimos 15 anos houve brutal achatamento na remuneração dos delegados de polícia em relação às demais carreiras citadas, provocando uma defasagem que hoje ultrapassa os 100%. Em 1995 os delegados do RS ocupavam o topo em relação aos seus colegas dos demais Estados da Federação; hoje estão entre os de pior remuneração, mesmo perante Estados de muito menor representatividade.
3. Os delegados de polícia não toleram mais a continuidade dessa situação, na medida em que a sua participação no sistema processual penal vigente no país é indispensável. O delegado de polícia é a autoridade responsável pela delegacia de polícia, 24 horas acolhendo as demandas da sociedade; é o coordenador das operações de combate à criminalidade desenvolvidas pela Polícia Civil; é um dos guardiães da cidadania; preside o inquérito policial, base para o processo penal; dirige as investigações criminais, arbitra fianças, determina acareações, reconhecimentos e reconstituições; preside autos de prisão em flagrante e recolhe presos aos estabelecimentos prisionais, entre outras atividades que exigem conhecimentos jurídicos e responsabilidade funcional, exercendo, desta maneira, função essencial à justiça.
4. É preciso sair da retórica de que segurança pública é prioridade e valorizar os servidores da área, especialmente os delegados de polícia, única autoridade citada expressamente na Constituição Federal que não tem a correspondente compensação remuneratória. Há recursos para juízes, promotores, defensores públicos e procuradores, mas não para os delegados, que são remunerados abaixo até dos assessores daquelas carreiras.
5. Reconhecem que a situação não foi provocada pelo atual governo, porém afirmam que o Estado tem um débito para com os delegados de polícia, que precisa ser reparado com urgência. No RS se dá algo inédito: garante-se equiparação de remuneração com os delegados a categorias que o STF diz não caber direito; e nega-se aos delegados de polícia um realinhamento com os procuradores do Estado, que o STF considerou legal.
6. Os delegados de polícia não irão suportar passivamente a continuidade desse tratamento discriminatório e alertam para a insustentabilidade da conjuntura atual e para a inconformidade da categoria, que se mostra disposta a procurar, por todos os meios lícitos, seja no âmbito judicial, administrativo ou político, ver atendido o que lhes é de direito.
7. Em virtude do exposto, os delegados de polícia reivindicam a correção dessa injusta e inexplicável situação, com o imediato envio pelo Governo do Estado de projeto de Lei à Assembléia Legislativa com o realinhamento de sua carreira com a dos procuradores do Estado.

Porto Alegre, 24 de setembro de 2011.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

BELÍSSIMA MENSAGEM

Começar uma segunda-feira com uma Mensagem da lavra do Jabor, encaminhada pela minha "prenda", realmente é bom demais e deveras encorajador. Não mereço tanto, Minha Linda, mas mesmo assim agradeço de coração. Também te amo.
Vejam só que texto primoroso:

"Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, que chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. (...)
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos.
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".Antes idiota que infeliz!
Arnaldo Jabor



"Eu simplesmente Amo Você... gostaria de ficar contigo pra sempre e não tenho a mínima vergonha de falar, porque é exatamente o que sinto. Esse HOMEM é um gênio.

Beijo


Lisandra"

EM DEFESA DOS DELEGADOS DE POLÍCIA

Creio que a maioria dos leitores sabe que CLÁUDIO BRITO, além de excelente Jornalista ligado ao Grupo RBS, é Promotor de Justiça aposentado.

Este texto primoroso, elaborado e publicado em Zero Hora, é uma verdadeira e cristalina demonstração de apoio justo à causa dos Delegados de Polícia. E, vindo de alguém que não pertence aos quadros da Polícia Civil, é digno de nota.
Por isso, compartilho com os amigos e amigas.

Carreiras jurídicas

por Cláudio Brito* –  Zero Hora
Se uma nova Constituição for escrita, por reforma parcial ou inteira, corrija-se a desigualdade entre as carreiras jurídicas. Prerrogativas e garantias devem ser idênticas para promotores, juízes, defensores públicos, procuradores, delegados de polícia e outros profissionais de atividades típicas de Estado, como auditores e fiscais fazendários.
Visita recente à Academia de Polícia Civil e convívio com quase 200 novos delegados inspiram a reflexão. Conheci moços e moças capazes, bem formados como bacharéis e como policiais, ávidos por começar a trabalhar, mas ainda distanciados do necessário reconhecimento. O texto constitucional já lhes assegura a remuneração por subsídios, como se faz com magistrados e membros do Ministério Público, faltando que a lei seja cumprida.
Para não ficarmos apenas no tema remuneratório: há peculiaridades em cada caso, mas algumas garantias precisam deixar de ser exclusividade de poucos e alcançar todas essas carreiras. É o que proponho em relação à inamovibilidade. Trata-se da prerrogativa que assegura ao funcionário público o direito de não ser deslocado de um cargo para outro, mantendo-o no exercício daquele para o qual foi nomeado e tomou posse. Juízes e promotores ficam em uma comarca durante o período que quiserem, só perdendo o direito a tanto por motivo de interesse público, assegurada ampla defesa em eventual procedimento visando a remoção. Os delegados de polícia devem ter a mesma garantia. São inamovíveis os juízes e promotores para se impedir que fiquem expostos a pressões, ameaças e providências sorrateiras de chefes políticos que pudessem determinar-lhes transferências indesejadas como resposta aos resultados de seus atos em processos judiciais, por exemplo. São prerrogativas da sociedade, portanto. É do interesse de todos nós que estejam protegidos aqueles profissionais que têm a grave missão de promover e realizar justiça.
A garantia da inamovibilidade dá certeza ao juiz de que pode decidir em desfavor de quem quer que seja, sem temores. A mesma segurança, gostaria que tivessem os delegados. Quem preside investigações e faz o primeiro julgamento dos fatos precisa saber que indiciar alguém não significará ser mandado embora, em poucos dias, para uma cidade distante.
O Estado é um só, quando investiga, acusa, defende e julga. Polícia, Ministério Público, Defensoria e Judiciário são faces de um mesmo ente, que deve cercar de princípios institucionais, prerrogativas e garantias todos seus órgãos, respeitadas questões específicas, mas contempladas, sem distinção, todas as igualdades.
*Jornalista
Texto extraído do portal da Procuradoria-Geral do Estado do RS (PGE-RS).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CHAMAMENTO AOS DELEGADOS DE POLÍCIA

Aproveito o Blog para repercutir o Convite para a Reunião Plenária dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul, que acontecerá em porto Alegre no dia de amanhã, a partir das 10 horas da manhã.
Colegas Delegados, todos a PORTO ALEGRE!

REUNIÃO PLENÁRIA DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO RS
Porto Alegre, 16 de setembro de 2011.
Nos termos do que ficou decidido na reunião de diretoria, ampliada pela presença dos membros dos Conselhos Deliberativo, Fiscal e de Ética, além dos diretores de Departamentos e de representantes da Asdep no Interior do Estado, a diretoria da Asdep está convidando a TODOS os delegados de polícia do RS – sócios ou não sócios, aposentados e da ativa – para a Reunião Plenária dos delegados de polícia do RS marcada para o sábado dia 24 de setembro, às 10 horas, na nossa sede social. A previsão de término é por volta das 16 horas, possibilitando o retorno dos colegas do Interior no mesmo dia. Será servido um almoço, a fim de que não haja interrupção dos trabalhos.
Consideramos de fundamental importância a participação de todos, dando uma demonstração inequívoca de união, de mobilização e de determinação em relação à nossa recomposição salarial, tendo em vista que o governo já comunicou, na noite de terça-feira última, que não terá condições de atender nossa reivindicação básica – o realinhamento da nossa categoria com a carreira de procurador do Estado. Sem sinalizar com qualquer índice, o governo solicita que apresentemos um pedido alternativo.
Nessa Plenária pretendemos esgotar o assunto, definindo 1) se vamos insistir no nosso pedido básico e, nesse caso, quais as medidas que iremos tomar para tentar viabilizá-lo; 2) quais as alternativas aceitáveis pelos delegados; 3) quais as estratégias no caso de não aceitação de eventual proposição alternativa; 4) conveniência, ou não, de convocação de assembléia geral da classe e, neste caso, definição de data, horário, local e pauta.
Esclarecemos que não pretendemos abrir mão da nossa reivindicação básica – o realinhamento completo da nossa com a carreira de procurador do Estado – e que eventual correção salarial inferior a isso poderá ser aceita pela categoria como reposição parcial do que pretendemos.
Face a algumas contestações quanto à data escolhida – um sábado – esclarecemos o porquê da escolha: a) não haverá prejuízo ao trabalho, o que evita críticas; b) não há expediente nas delegacias e, portanto, nem as chefias imediatas podem complicar a vinda do colega, nem o trabalho diário do delegado o impedirá de vir; c) o prejuízo ao descanso semanal e a convivência com os familiares é compensada pelo motivo da nossa reunião: justamente a questão salarial, primordial para os dois temas. Afinal, precisamos nos conscientizar de que nada obteremos sem algum sacrifício.
Pretendemos organizar a reunião da seguinte forma: 1) Apresentação de proposições, com inscrição dos interessados, que farão uso da palavra por cinco minutos (ampliável, a critério dos presentes). Para isso, pedimos que tragam suas proposições prontas. 2) Deliberação pelos presentes.
Para finalizar, solicitamos que repercutam este convite e ajudem na mobilização dos colegas, facilitando e organizando a vinda em grupos, enfim, auxiliando para o sucesso do evento.
VAMOS NOS MOBILIZAR!!!

Wilson Müller Rodrigues

PARA REFLETIR

O que o Juremir Machado da Silva escreveu e transcrevo abaixo não se aplica somente aos Policiais Militares. Aplica-se, como ele mesmo diz, aos Policiais Civis, aos Professores e a TODOS os oprimidos por salários indignos. Cada vez admiro mais este pensador chamado JUREMIR MACHADO DA SILVA.

Psicologia de brigadiano, de Juremir Machado da Silva

Os brigadianos andam queimando pneus em busca de salário melhor. Meu pai era brigadiano. Eu sempre quis entender a psicologia dos policiais, militares ou não, brasileiros.
É uma profissão estranha. Ganha-se muito pouco para correr risco de vida em defesa da sociedade.
Policial só tem deveres:
Não pode fazer greve. Não pode fazer manifestações fardado. Por qualquer coisa, cadeia. Deve morrer por nós tendo como recompensa um salário miserável.
Mesmo ganhando muito pouco, deve ser ético, responsável, bem-educado, sereno, boa gente e heroico.
Nossa sociedade é hipócrita. Quer bons policiais, mas não quer gastar muito com eles. Policial é pago com impostos. A sociedade quer excelentes policiais e poucos impostos.
Se eu fosse brigadiano, pegaria cana todo mês. Faria greve e exigiria ganhar muito mais.

Brigadianos só pagam o pato. Arriscam-se por nós e são vítimas de preconceito. Tem gente que sente medo de policial. Vê o policial como inimigo, o repressor. É assim com qualquer agente da lei.
O sujeito que dirige falando ao telefone fica indignado quando recebe multa. Brigadiano, até pouco tempo, era chamado de "pé de porco". Policial civil era "rato". O machismo autorizava falar em "mulher de brigadiano", esposas que ficariam felizes em apanhar. Eu, se fosse brigadiano, queimaria muito pneu por aí.
Exige-se que o policial não seja corrupto. Mas ninguém o recompensa por essa probidade posta à prova diariamente.
Eu não me arriscaria a morrer por quem quer que seja por menos de R$ 1 mil mensais. Minha vida custa um pouco mais. Uau!
Vereadores, deputados, juízes, promotores públicos, médicos, todo mundo ganha mais do que policial e professor. Por quê? Mera questão de quantidade. A sociedade precisa de mais professores e policiais. Logo, logicamente, eles devem ganhar menos. Eis o paradoxo que ninguém enfrenta.

Sonhamos com uma tropa submissa e corajosa, que morra por nós sem pedir aumento. Um vereador não pega sol ou chuva na rua, salvo quando esquece o guarda-chuva ou vai à praia faltando a uma sessão no parlamento.
Policiais e professores funcionam como pilares sociais. Quem os valoriza por tudo o que fazem?
São obrigados a fazer cumprir leis esdrúxulas aprovadas por legisladores que ganham muito mais e ainda se corrompem.
Morrem no campo de batalha do cotidiano. Ninguém dá bola. Faz parte da profissão. Problema deles. Policial é como poste. Ninguém cumprimenta nem afaga.
Todo vereador, deputado e senador deveria ser obrigado a ser policial e professor por uma semana. Aí, eles veriam o que é bom para a tosse. Iam se urinar de medo. A maioria aceitaria um trocado para arredondar o final de mês. Uma parte daria no pé 1 hora depois.

Ser policial é padecer no inferno e ainda bater continência.
Queimar pneu é pouco diante da péssima remuneração.
Eu sempre me pergunto: por que alguém quer ser policial?
Mais duro do que isso, só professor. O sujeito faz uma licenciatura, paga caro e vai ganhar R$ 400 reais para educar filho malcriado dos outros. É mole? É pura dureza.


(ANO 116 Nº 348 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2011)

SOBRE A SOLIDÃO

Recebi este texto por e-mail.
Eu já "ousei" falar em SOLIDÃO em alguns poemas que escrevi. Alguns até viraram música.
Mas, após ler e meditar diante deste texto do CHICO BUARQUE, creio que não mais me atreverei ao tema.
Vejam só o que ele escreveu.

                Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
             Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
            Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
             Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.
             Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
             Solidão é muito mais do que isto.


             Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma....

 
             Francisco Buarque  de  Holanda 

PERSEGUINDO SONHOS

Recebi a Mensagem abaixo, encaminhada por e-mail pela Amiga Lucimar Bernardi. Transcrevo-a, em razão da beleza e profundidade:

É muito freqüente encontrarmos pessoas que afirmam ter desistido de seus sonhos frente às dificuldades de concretizá-los.
Para alguns, a dificuldade financeira não permitiu dar continuidade aos estudos, obrigados a trabalhar desde cedo.
Para outros, as obrigações no lar, os filhos, compromissos familiares de grande monta consumiram o tempo necessário para dedicar-se a outras lides para onde apontavam os sonhos.
É natural que tenhamos que nos adaptar às circunstâncias e contingências que surjam. Temos o dever moral de enfrentar as obrigações e compromissos que a vida nos oferece.
Porém, não raro, muitos são os que desistem de seus sonhos, na ilusão que tudo é tranqüilo e fácil de obter, sem a disposição de sacrifício e luta.

Ninguém consegue formar-se em um curso superior, sem o esforço de estudar para o processo seletivo que este impõe.
E, uma vez na Universidade, fazem-se às centenas as avaliações, trabalhos, projetos, que forjam o intelecto e constroem as competências para as lides profissionais.
Para o musicista conseguir interpretar, de maneira impecável, determinada obra em seu instrumento musical, são incalculáveis as horas de esforço e estudo até o resultado final.
Vemos o orador de maneira brilhante expondo o seu raciocínio na tribuna, mas não aquilatamos os anos de estudo intenso a que ele se dedicou, para que pudesse sistematizar o conhecimento em breves minutos.
Admiramos as conquistas e descobertas do cientista, o apogeu de seu sucesso, colhendo as láureas de suas pesquisas, ignorando as horas intermináveis em laboratório, sobre livros e documentos científicos para embasar seus estudos.
Nenhuma conquista no mundo é conseguida sem sacrifício e sem esforço.
Todos os sonhos hoje realizados estavam ontem apenas na mente do sonhador, que ousou colocá-los em prática, disposto ao esforço diário e perseverante.
Conquistas são construídas nas lides e no trabalho diário, no planejamento e na dedicação, na perseverança e na coragem.
Assim, jamais desistamos de nossos sonhos, tendo-os como meta a alcançar e realização a ser concretizada.
Porém, não nos iludamos. Eles demandam sacrifícios.
Teremos, sem dúvida, que abrir mão de muitas coisas em nome dos sonhos e das conquistas que almejamos.
Porém, serão nossos esforços que construirão a estrada que nos levará à concretização dos planos e sonhos que hoje vemos tão distantes.
* * *
Abriguemo-nos, nos melhores ideais, planejemos o futuro como nos fale o coração e tenhamos a coragem de vencer obstáculos, superar dificuldades e enfrentar barreiras para que eles, efetivamente, se concretizem.
Afinal, o desafio da vida é o do aprendizado. E o maior propósito de Deus, ao nos permitir a reencarnação, é o de que cresçamos, tornando-nos pessoas melhores.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MEU CANTO

Hoje, ao revirar meus alfarrábios, encontrei a letra original, manuscrita, da Composição "MEU CANTO", a qual o grande Amigo e Parceiro CENAIR MAICÁ me deu a honra de musicar.

Cenair escolheu a Composição "MEU CANTO" para ser a Faixa-Título daquele que viria a ser o seu último registro Fonográfico em vida, o LP "Meu Canto".

O grande missioneiro, natural de Tucunduva, radicou-se por muitos anos em Santo Ângelo, tendo sido proprietário de um Restaurante em São Miguel das Missões, junto às Ruínas Missioneiras tombadas e que são hoje Patrimônio Cultural da Humanidade.

Posteriormente, mudou-se para Porto Alegre, tendo também, quando já acometido pela doença que o vitimou precocemente, residido em Soledade.

Cenair Maicá, ao lado de Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Pedro Ortaça, é um dos Quatro Troncos Missioneiros. Por essas e outras, orgulho-me de ter convivido com ele e poder chamá-lo de "PARCEIRO", onde quer que esteja.

Continuo, com muita alegria, mantendo um excelente relacionamento e convívio com toda a FAMÍLIA MAICÁ.

 

Um brinde a CENAIR MAICÁ, o "CANTOR DAS ÁGUAS".


Abaixo, posto a Letra da Canção "MEU CANTO".

 

M E U  C A N T O*

Letra: NENITO SARTURI           Melodia: Cenair Maicá

Em todo o canto onde meu canto chegar

Há de brotar esta semente que plantei

E, desse fruto, nascerá outra semente

- Pela América com o povo cantarei.

Onde há alegria este meu canto brindará,
Se houver tristeza meu canto acalentará,
Nos ranchos pobres, nas favelas e nos campos
Quem ouvir a minha voz levantará.

        Pois todo canto só tem encanto
Se traz um manto cobrindo a dor:
Cura feridas, acorda a vida
Na luta renhida em busca do amor.

Pela justiça este meu canto aclamará,
Pelo humilde e o suor do seu trabalho...
E na consciência do patrão há de chegar
E a sociedade humanizar o operário.

Mas se algum dia meu cantar for sufocado,
Por mão da morte ou por capricho do destino,
Há de ficar meu canto xucro perpetuado
No assobio de alguma boca de menino.


* Poema musicado e gravado por Cenair Maicá, tornando-se a faixa-título de seu último registro fonográfico.